21 de dez. de 2008

Carne mordida do coração (Veneno)


Amar deveria,
se por ti ainda o tivesse,
mas tenho a carne mordida do coração
em tua boca cheia de veneno.
Todas as palavras ditas por ti
são farpas vozes do além
que trazem apenas outras palavras,
outras mentiras.
Tens o dom de desfazer os sonhos,
tens o dom de ser apenas covardia.
E eu minto no meu pequeno mundo
e trago de volta os pedaços de carne
em sangue e veneno
que agora apenas os mortos separam em mim.
Não te amo nunca mais.

11 de dez. de 2008

Olhos de mentira


Os olhos daquela mulher chamam-me,
não porque me queira,
mas por simples possessão
no teu gotejar de lágrimas,
na sofreguidão de não amar.
Dissimulada,
morna,
olhos de mentira.
E a tua boca calasse
a as palavras chama-me aqui de dentro
afogam-se ao coração,
chama-me aqui de dentro,
calam-se aqui de fora.
Tudo é infinito no momento da solidão
a dor,
a raiva,
a pressa,
a espera
e até mesmo o amor
quando não mais o tem
em si mesmo.

10 de dez. de 2008

Desamar


Se tu me amaste,
então amaste diferente,
egoísta,
amaste pra dentro,
recluso em si mesmo teu amor nunca chegou a mim.
A tua mascara cai por terra
E eu junto os pedaços do que pensei ser verdade.
Não te odeio,
não te tenho raiva,
tenho sim,
de mim mesmo por não saber desamar.
Mesmo que o real contexto do meu eu
traga pra fora as mesmas sombras do passado,
que ainda estão refletidas no muro branco,
sobre o teu nome,
tenha a certeza de que não tenho mais motivos para ficar...
Não querer ficar é a mentira que digo,
pra mim mesmo mil vezes,
pra aceitar que não só a porta fechou-se,
mas a janela que deixei aberta
o vento agora começa a fechar para sempre
e a luz que vinha de dentro,
antes fraca,
por fim apagou-se.
Posso não ter eu a mesma loucura,
contudo nunca deixei de te amar.

4 de dez. de 2008

Descrença


Por tanto tempo eu esperei a chuva cair,
e há seis meses quando finalmente a chuva caiu
tive a impressão de que teria fecundo o solo árido
e inóspito do meu ser.
Fez-se a vida
mesmo com tantas estiadas,
e ausências,
e mentiras,
mesmo assim acreditei na chuva,
em anjos,
em palavras ditas na hora de estrema solidão
não creio mais em anjos
e em nenhum pingo de chuva que possa vir de ti.

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